segunda-feira, 29 de março de 2010

Caráter, passe a diante!



Estava esperando meu marido na universidade, quando lembrei de alguns acontecimentos ano passado.


Começamos a morar juntos uma semana antes da semana santa do ano passado e estamos a beira da semana santa deste ano. Ano passado passamos o feriado em um sítio na estrada que leva para Caxias-MA. Foi bastante legal o nosso feriado. Bebemos, jogamos UNO, tomamos banho de riacho....




Certo dia do feriado, aparece uma "parente" dos donos da casa bem no início da manhã. Os homens estavam jogando UNO e as mulheres fazendo as unhas e papeando. Essa mulher aparentava seus 40 e poucos anos e estava acompanhada da filha que tinha seus 16. Estava sozinha (relacionado a ter um namorado, marido, pretetende, essas coisas). Naquela época nós tínhamos um Fiat Siena, só que a estrada do Maranhão naquela época de chuva estava cheia de buracos, resolvemos viajar no carro do meu sogro, uma L200.

A mulher chegou e ficou observando a L200 lá, estacionada... chega que os olhos brilharam!!! Ai veio aquela "velha pergunta": "de quem é aquele carro?". Uma das filhas da dona da casa (uma garota que trabalhava comigo naquela época) respondeu: "é daquele rapaz ali" e apontou pro meu marido. Os olhos dela chega que brilhou mais ainda: "mas ele é tão novinho pra ter um carro desses....". Eu comecei a rir da situação.

Ela se levanta da mesa e vai até onde os homens estavam jogando e começa a "interagir" com eles. E olhando pro meu marido. E eu rindo da situação.

Naquela época não usávamos ainda aliança, usávamos escapulários de prata. A moça se apresenta pro meu marido e quer puxar assunto. Como não sou besta nem nada, vou lá perto pra verificar as coisas e meu marido me chama "vem cá amor!". Ela meio que arregala os olhos e começa o diálogo:




Mulher: "não está sozinho aqui não?".
Meu Marido: "estou com a minha esposa!".

Ela arregala bem os olhos.

Mulher: "mas você, tão novo já é casado?".
Meu Marido: "sim, sou casado."
Mulher: "quanto tempo vocês são casados?"
Meu marido: "uma semana".
Mulher: "ahh, então ainda dá tempo de investir, não é sério ainda".

Eu começo a perder a paciência.

Meu marido: "pode não ser pra você, mas pra mim é muito sério".

Ela percebeu a cortada e saiu de perto. A questão é: se meu marido não estivesse com o carro do pai dele, será que ela daria em cima dele?


Depois do episódio, comecei a prestar atenção nas pessoas que lá se encontravam. Babavam muito a gente!! E fiquei me perguntando: "será que é só por causa do carro??"


As pessoas não são o que compram não! As pessoas são a educação que os pais passam, os valores colhidos em toda a vida. Não é porque sou pobre, lisa e lascada que não posso ser uma pessoa simpática, adorável! Tem muitas pessoas que são ricas, mas por dentro, são pobre de espírito! Não sei se isso só acontece na minha cidade, mas aqui o povo lhe considera (nem todos, é claro) pelo carro que você tem, a casa que você mora, a faculdade que estuda, a conta corrente que possui, as roupas de grife que você veste...

Eu fico P da vida quando alguém se aproxima de outra por conta do "status" que a pessoa possui. Ou fico mais P ainda quando uma pessoa "passa fome" só pra ter um carro do ano... coloca os filhos numa escola pública, limita tudo pra ter um carro! Ou pior: a pessoa não tem nada, mas tem um celular da Apple só pra mostrar na balada que "tem alguma coisa". O ó isso!




De acordo com os ensinamentos Reichianos, caráter é a
"Estrutura típica do indivíduo, sua maneira estereotipada de agir e reagir. O conceito orgonômico de caráter é funcional e biológico, não um conceito estático, psicológico ou moralista."

"O caráter é composto das atitudes habituais de uma pessoa e de seu padrão consistente de respostas para várias situações. Inclui atitudes e valores conscientes, estilo de comportamento (timidez, agressividade e assim por diante) e atitudes físicas (postura, hábitos de manutenção e movimentação do corpo). O conceito de caráter já havia sido discutido anteriormente por Freud, em sua obra Caráter e Erotismo Anal. Reich elaborou este conceito e foi o primeiro analista a tratar pacientes pela interpretação da natureza e função de seu caráter, ao invés de analisar seus sintomas."


Então é isso por hoje! A lição de casa é: o que é caráter pra você? Pensem nisso leitores!!


"Preocupe-se mais com o seu caráter do que com sua reputação, porque seu caráter é o que você realmente é, enquanto a reputação é apenas o que os outros pensam que você é."



quinta-feira, 25 de março de 2010

Cada um no seu quadrado

Faz quase um ano que não escrevo no meu espaço, não dou notícias. Tanta coisa aconteceu neste intervalo de tempo... muita coisa mudou! Estava com saudades de vir no meu Vilarejo. Todo dia pensava em postar um texto, mas sempre ficava no pensava. Acho que estou perdendo a "mão" pra coisa... Mas por esses dias fiquei com uma vontade enorme de escrever, desabafar o que se passa na minha cabeça. Deitava minha cabeça em meu travesseiro e passava a noite formulando algum texto. Fiz um, dois, quatro, dez textos... mas nenhum publicado. Insônia. Mas hoje tive que vir escrever, se não iria explodir de tantas palavras, frases, parágrafos e textos passando em minha mente.


A primeira dificuldade foi traçar um título. Geralmente eu escrevo o título por último, pois vou escrevendo o que está saindo da mente e, depois de reler o texto, coloco o melhor título. Mas como eu já fiz vários textos mentalmente com o mesmo assunto que está me incomodando
, preferi criar logo o título pra que eu não fuja do raciocínio que quero que o texto possua. Na verdade esse texto vai ter um pouco de crítica. Queria que fosse uma crítica construtiva para os meus leitores e para mim. Pensei em colocar no título a palavra "crítica", mas acho a palavra um pouco pesada e as pessoas não sabem ouvir críticas. Pensei em colocar também a palavra "conselho", mas há pessoas que não escutam conselhos por dizer que "se conselho fosse bom, não era dado, era vendido". Enfim.

Pra quem não sabe, voltei a estudar desde o ano passado. Passei na UFPI para Jornalismo e tou levado o curso daquele jeito, pagando poucas matérias por conta do trabalho. Na aula que assisti na quarta, o Prof. Dr. Gustavo Said falou um ditado popular que pode inserir muito bem neste texto (ou como dizem os meus professores, artigo): "de médico e louco, todo mundo tem um pouco."
Ok, ok. Isso é verdade. Não sou médica, mas com já tomei alguns remédios, já tive alguns problemas de saúde e pela globalização de informações, a gente fica sabendo de algumas coisas que "nos tormam" médicos. Por ex: se eu sinto dor, tomo um dipirona, ou um chazinho, essas coisas. Do mesmo jeito é com a profissão de Advogado. Existem muitas informações que possuimos, a mídia está ai bombardeando informações. Mas não posso dizer que sou uma jurista, isso é errado! E quem nunca deu uma de Psicólogo? Todo mundo, né?

Mas não queria falar das profissões em si. Queria falar de outra coisa. Meu marido é psicólogo e em uma conversa, ele disse que "geralmente" um menino com seus 12, 13, 14 anos, pra tirar "vantagem" dos outros coleguinhas e pra mostrar sua "macheza", ele começa a "mentir" que namora não sei quantas meninas, que já tranzou com tantas outras e, "geralmente" nunca nem beijou na boca. É aquela história: a pessoa só sabe a "teoria" das revistas teens, mas na prática.... Ai o adolescente começa a assistir filmes pornôs e conta para os coleguinhas que aconteceu exatamete daquele jeito com a fulaninha. Vocês estão entendendo o que eu quero dizer?

Vamos ao meu caso: sou casada mas não tenho filhos. Conheço várias pessoas casadas que possuem filhos e comentam como são a vida deles. Ok. Imagino como seja, mas não sei realmente como é. É a mesma coisa com sentimentos de perder um pai, mãe... devo "imaginar" a dor, mas sentir realmente não sei.
É a mesma coisa de uma pessoa que é solteira, nunca namorou sério, só teve casinhos e fica "criticando" os casais casados. Ora, como é que uma pessoa que nem sabe como é um relacionamento de verdade quer criticar? O meu relacionamento é diferente do relacionamento do casal X, do casal Y e do casal Z. Não existe "relacionamento igual" porque as pessoas são diferentes, por isso, os casais são diferentes. Existem casais que só saem pra ir ao cinema e jantar fora, já outros nem isso. Tem outros que curtem a balada como se "fossem solteiros". Já outros gostam de sair sozinhos sem a outra parte e não se estressam com isso. Já outros tem um relacionamento aberto. Olha só quantos tipos de relacionamento já listei!! Não é porque você casa que perde sua individualidade.

Não se enganem (pessoas que não sabem o que é casamento), o casal não fica grudados 24h por dia não. Cada um tem seus afazeres. Tem seus empregos, seus estudos, suas famílias.... mas não indica que quando está na internet ou outra coisa do tipo, a outra parte do casal não esteja junto. Meu marido e eu temos um "ritual". Ele precisa estudar os casos dos pacientes dele. Enquanto ele faz isso, fico na internet lendo notícias, fazendo compras, conversando com meus amigos no msn e twitter, fazendo meus trabalhos acadêmicos e resolvendo coisas do trabalho... estou sozinha por acaso? NÃO!! Meu marido está na mesa e eu na cama com o notebook, um do lado do outro. As vezes ele olha pra mim e manda beijo, as vezes sou eu. As vezes a gente para o que está fazendo e comenta alguma coisa que vi na net. Outras vezes ele pega meu twitter e lê o que o povo tá escrevendo e acaba escrevendo como se fosse eu... enfim. Agora para uma pessoa que não sabe disso, fala o que não sabe e ainda fica criticando. Se pelo menos namorasse ou tivesse namorado alguma vez na vida sério, mas não...


Resumindo tudo que disse aqui: se você não sabe, então pra que fala??? Fica feio é pra quem fala, e não pra pessoa que está sendo criticada!




Por isso que digo: cada um em seu quadrado! É como um tabuleiro de xadrez: cada peça tem seu lugar certo e seu jeito de se movimentar. O jogo "xadrez" é um jogo que muito se diz em comportamento humano (pense nisso).